quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Porque fundar um instituto histórico no oeste paraense?

Porque fundar um instituto histórico no oeste paraense? Padre Sidney Canto

          Recentemente estive participando do V Colóquio dos Institutos 
Históricos do Brasil. Tive a grata oportunidade de conhecer pessoas dos diversos Estados da Federação, que lutam (algumas vezes numa verdadeira luta colossal de um Davi contra Golias) para preservar a memória histórica do Brasil, dos Estados e de alguns Municípios.
          Uma das Oficinas foi coordenada pelo professor Arno Wehling, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil – IHGB; e tratou de um tema já proposto desde o primeiro Colóquio Nacional, que é a criação e implantação de Institutos Históricos Municipais ou Regionais, entidades estas que teriam como objetivo, “a pesquisa, coleta de dados e informações, a reflexão e a discussão de temas considerados relevantes e a publicação de trabalhos, quer como contribuição científica, quer como divulgação cultural”.
          Além disso, continuando o que nos diz o presidente do IHGB, tal entidade “poderia se constituir em contribuição relevante para a constituição de acervos que recolhessem traços da memória local (ou regional), como objetos reunidos em coleções particulares, que freqüentemente se perdem quando desaparecem seus proprietários”. Ou seja, a partir da pesquisa de uma memória local, arquivada na história das famílias das diversas cidades brasileiras, manter viva a preservação dos valores da sociedade como um todo.
           A partir do debate em torno do tema, fixou-se melhor a idéia de fundar um congênere do IHGB em Santarém, abrangendo também toda a região Oeste do Pará, mais especificamente: Altamira, Porto de Moz, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio, Brasil Novo, Uruará, Placas, Medicilândia, Trairão, Novo Progresso, Jacareacanga, Itaituba, Rurópolis, Aveiro, Belterra, Mojuí dos Campos, Juruti, Terra Santa, Faro, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Prainha, Monte Alegre, Almeirim e Santarém.
           Uma região rica não somente em História (que vêm desde o século XVII), mas com temas sociais e geográficos de interesse recente, de nível nacional e até mesmo internacional, como a conservação (e em seu oposto a exploração) da Floresta Amazônica, os grandes projetos de mineração e de construções de hidroelétricas, a zona da expansão da soja, os povos indígenas, e tantos outros que carecem ainda de um acompanhamento documental e de pesquisa.
Além disso, ao vermos que, constantemente, nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental vem sendo ameaçado, seja pelo furto descarado de peças e obras de arte, seja pela falta de incentivo do poder público e seja ainda pelo fato de “desconhecimento” de seu valor pela própria população ou ainda por projetos que simplesmente destroem as coisas existentes em nome de um progresso que interessa a um número restrito de pessoas.
Tais fatos são agravados ainda por problemas como a ineficiência (seja por parte do governo federal ou estadual) de dispor de órgãos e pessoas que fiscalizem o interior do Estado do Pará. Muitos deles concentrando esforços na zona metropolitana de Belém e arredores e justificando a ausência pelas “enormes distâncias, falta de recursos financeiros e humanos”.
            A proposta de fundar um Instituto Histórico e Geográfico no Oeste Paraense procura somar forças com outras instituições, como o próprio Instituto Histórico do Pará, as Universidades, as Academias de Letras municipais, as prefeituras e órgãos públicos na defesa do patrimônio histórico, geográfico, cultural e na defesa do meio ambiente. Esperamos que esta proposta possa encontrar um campo fértil entre os nossos intelectuais acadêmicos e autodidatas e possa produzir breves frutos para o futuro da nossa Região.

* Padre Sidney Canto

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Revitalização da Vila de Fordlândia


A comunidade de Fordlândia pode se considerar uma das comunidades que mais se desenvolvem na região do Tapajós; desde o ciclo da borracha não se via tanto investimento de uma vez só na comunidade.
















POR ESTADO DO TAPAJÓS

"TERRA DE NINGUÉM"


Dizemos "terra de ninguém"quando queremos expressar sentimentos de "pouco caso"com algo,desrespeito,abandono,,inconformismo,desdém,enfim,quando Ninguém se interessa ou quase ninguém, ou pouco de atenção ou benefícios se consegue para as pessoas de uma região.Sendo assim,as 27 cidades do futuro Estado do Tapajós,se enquadram hoje,nesta situação:
 
NINGUÉM,em Belém e redondezas,
 
1).conhece nossas necessidades e mazelas.
2).sabe onde fica Novo Progresso,Jacaréacanca,Moraes Almeida,Crepurizão,Trairão,Caracol,etc.
3.)sabe que não temos água encanada em 95% das casas.
4).sabe que não temos rede de esgoto.
5).sabe que só temos um Hospital Geral em Santarém e que não funciona totalmente.
6).sabe que não temos um palmo de asfalto feito pelo Estado do Pará.
7).sabe que temos apenas um equipamento p/Hemodiálise(Limpeza do sangue).
8).sabe que temos um carro de polícia para cada 5.000 habitantes,em média.
9).sabe que temos um médico pago pelo Estado do Pará para cada 50.000 habitantes.
10).sabe que não temos Escolas Técnicas do SENAI,SESI em 26 das 27 cidades do no novo Estado do Tapajós.

Acrescente mais,participe,divulgue.
 
Vamos vencer,em Belém tem 30%de pessoas que são daqui e do Sul do Pará que foram prá lá para estudar ou trabalhar.
 
O pessoal de Marajó e do Nordeste do Estado é simpático à separação, pois também é abandonado pelo Governo.
 
E ainda tem as pessoas que sabem que será melhor ainda para eles se livrarem-se de nós!
 
Não espere alguém lhe convidar, fale com as pessoas,ensine-lhes a votar no SIM 77, duas vezes, uma para o Carajás e outra para o Tapajós.

Wagner Arouca

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Estádio Olímpico do Pará, o popular Mangueirão, receberá o amistoso Brasil e Argentina no final de setembro

      O governador Simão Jatene anunciou, na tarde desta quarta-feira (3), que o Pará receberá o jogo amistoso entre Brasil e Argentina no próximo dia 28 de setembro, como prévia dos jogos da Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil. A partida será no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, que vai passar por uma reforma completa, em 30 dias, para estar apto a receber duas das principais seleções de futebol do mundo. O anúncio foi feito durante a vistoria que o governador fez ao estádio, acompanhado de uma equipe de secretários de Estado.
       “Este ato da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mostra que, com a articulação certa, o Pará poderia, sim, estar entre as cidades-sede da Copa de 2014. Além disso, fica comprovado que o Estado está pronto para receber grandes eventos esportivos internacionais”, reiterou Simão Jatene. “A confirmação de que este jogo vem para cá enche os paraenses de orgulho, porque, afinal, não é qualquer lugar que recebe esse tipo de clássico do futebol internacional”, acrescentou.
             A visita foi acompanhada pelos secretários especiais de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão, e de Promoção Social, Nilson Pinto; e os secretários de Obras Públicas, Joaquim Passarinho; de Esporte e Lazer, Marcos Eiró, e de Comunicação, Ney Messias Jr. Acompanharam ainda o governador o senador Flexa Ribeiro e o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes.
                     As duas seleções se enfrentarão na Argentina em 14 de setembro. Os detalhes sobre o jogo no Mangueirão – como local de venda e valores de ingressos, e esquema de trânsito – serão divulgados posteriormente.
Articulação – As negociações para trazer o amistoso para o Pará começaram em maio deste ano, com a visita do governador a Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Defensor da inclusão da capital paraense entre as sedes dos eventos preparatórios à Copa de 2014, Simão Jatene acredita que “colocar Belém no eixo dos jogos preparativos é uma tentativa de amenizar o prejuízo do Pará, que não está entre as cidades escolhidas para ser sede do Mundial”.
Para o secretário Marcos Eiró, o amistoso “será uma grande oportunidade de mostrar ao mundo inteiro que a capital paraense tem competência de ser sede de uma partida de futebol de alto nível".
Quem também defendeu a inclusão de Belém entre as cidades preparatórias da Copa foi o senador Flexa Ribeiro, que acompanhou o governador na visita à CBF. “Perdemos a Copa, mas estamos resgatando a importância do futebol para o paraense”, afirmou.
Mundial – Programada para acontecer em 12 cidades brasileiras em 2014, a Copa do Mundo virá ao país pela segunda vez desde a sua criação, em 1930. Na Região Norte, apenas Manaus, capital do Amazonas, está entre as cidades escolhidas para sediar jogos da competição. Belém recebeu a Seleção Brasileira pela última vez em outubro de 2005, nas eliminatórias da Copa de 2006. O jogo Brasil e Venezuela teve gols de Adriano, Ronaldo e Roberto, com placar de 3 a 0.
                 Além de ser um evento que congrega milhares de torcedores, movidos por uma verdadeira paixão nacional, a Copa do Mundo também impulsiona os governos a vencer o desafio de recebê-la, pois entre os rigorosos critérios da Federação Internacional de Futebol (Fifa) estão melhorias nas cidades nas áreas de saneamento, transporte, saúde, segurança, educação e cultura, entre outros segmentos.
Sediar uma Copa do Mundo também representa para o país a oportunidade de ampliar sua capacidade estrutural, econômica e de modernização, tendo em vista o aumento de sua capacidade de captação dos investimentos, que ficarão como benefício direto para a população após o término da competição.

Lenne Sousa
Fonte: Politica com Pimenta Malagueta

terça-feira, 19 de julho de 2011

FESTIVAL DE BARREIRAS - PIAU X ARACU

O festival de Barreiras foi um sucesso, o povo de Itaituba se fez presente e encheram as ruas daquela comunidade, na noite de sábado durante a apresentação dos peixes as arquibancadas estava lotadas, o corpo de bombeiros que estava presente anunciou que as arquibancadas não suportavam mais e recomendou o fechamento dos portões. Enquanto isso o pessoal que representavam o piau, o aracu, enfim o peixe dono da festa, dava o show com uma belíssima apresentação até que o majestoso peixe desse o ar da graça para a galera da arquibancada ir à loucura.
O blog parabeniza o pessoal da Organização que foi 10 em tudo, alguns contratempos, mas faz parte, o importante é o todo e o que se via falar por todos  era que estava ótimo.

Charme e energia da cuiaporanga do Aracu


Piau e sua bela guardiã




Zé Filho que foi responsável pela estrutura elétrica, também participou do corpo de jurados.
Pajé em transe,no ritual das tribos

Lenda do Açai foi contada pelo Aracu

Peixe Aracu em sua performance no peixódromo

Porta estandarte do Piau

Feiticeiro

Deputado Hilton Aguiar e sua equipe compõe a mesa


Não havendo, portanto  possibilidade de prejuízos. Entre as pessoas designadas para o júri estava o eletricista Zé Filho, que considerou muito criativo o enredo, os temas e as coreografias montadas pelos dois peixes.
Com mérito o vencedor  foi o Aracu que trouxe o tema lenda do Açaí, o misticismo caboclo do Pajé entre outros temas folclóricos amazônicos. 

O prefeito Valmir Clímaco foi  representado pela Diretora administrativa da Semdas   Luzimar Santos. O deputado estadual Hilton Aguiar se fez presente com sua comitiva durante toda festa de sabado.

DECK MELO
LENNE SOUSA

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A FORDLÂNDIA

A Fordlândia



Em 1928, Henry Ford, involuntariamente, tornou-se o precursor dos projetos megalomaníacos de ocupação da Amazônia. A ideia do gênio da indústria automobilística soa hoje como uma verdadeira extravagância. Consistia na construção de uma fábrica de borracha natural no interior do Pará para fugir do monopólio do produto imposto pelos ingleses naqueles tempos.


Para viabilizar o plano, o empresário despachou de Detroit dois navios que aportaram às margens do rio Tapajós carregando os materiais para erguer não só a indústria mas também uma cidade inteira, com vilas ao estilo americano, escolas e hospital. A força de trabalho misturava executivos americanos, caboclos e aventureiros vindos de todas as partes do país e do mundo. "Todos são admitidos nas fábricas, exceto os dementes e os loucos", registrou na época o jornal O País, do Rio de Janeiro.


A Fordlândia localizava-se no município de Itaituba, perto da cidade de Santarém (noroeste do Pará); o vilarejo acabou se revelando um fiasco completo. Um fungo praticamente dizimou a plantação de 1,5 milhão de seringueiras e o choque cultural entre os americanos e o povo local transformou num inferno a rotina de trabalho. Num dos episódios mais tensos, que ficou depois conhecido como "A revolta das panelas", os caboclos depredaram o refeitório, pois sua dieta de peixe e farinha havia sido substituída por espinafre e outros produtos estranhos à sua cultura culinária. Em razão de tantos problemas, a direção da fábrica resolveu deslocar as atividades para Belterra, cidade mais próxima do rio Tapajós. A iniciativa também fracassou. Em 1945, derrotado, Ford fechou as portas de sua filial amazônica, levando consigo um prejuízo de mais de 100 milhões de dólares, em valores atualizados. O empresário vendeu as terras para o governo brasileiro por 250 mil dólares.
Por Sérgio Ruiz Luz (jornalista)


Aqui vê-se a Vila Americana, destinada aos estrangeiros e diretores da Ford que trabalhavam no vilarejo; também são vistos a enorme caixa d'água que abastecia todo o distrito, dois galpões industriais, postes de energia elétrica e carros circulando pelas ruas de terra batida


A Fordlândia possuía cerca de 1,5 milhões de hectares; o vilarejo, atualmente, pertence ao município de Aveiro, no oeste do Pará; em primeiro plano, a caixa d'água, que tinha 45 metros de altura e capacidade de 600 mil litros


O vilarejo era dotado de toda a infraestrutura das cidades americanas - possuía hidrantes a cada dois quarteirões, campo de golfe, cinema, barbearia, hospital, mercearia, refeitório, igreja, praça, padaria


Quanto à moradia, existiam três padrões: o da vila americana para os administradores (visto nesta réplica), o da vila mensalista para os operários mais graduados e o da vila operária para os operários de campo. Todas as casas eram de madeira e de excelente qualidade; a maioria possuía janela com tela que impedia a entrada de mosquitos


Miniaturas de dois galpões onde era estocada a borracha que era exportada para Michigan, a fim de suprir o estoque da fábrica central; nas ruas de terra da Fordlândia circulavam Fords Modelo T, A e esta réplica de 2 cm do Ford Coupe 1934; réplicas dos prédios da serraria (e) e usina de força (d)


Ford era visto pela elite industrial brasileira como o "Moisés do século XX", como se referiu a ele um importante industrial paulistano. Monteiro Lobato, que traduzira a sua biografia para o português, via nele o "Jesus Cristo da indústria", cuja vida era "o evangelho messiânico do futuro". Não se pode negar o mérito do homem que, ao saber que um seringueiro ganhava 50 centavos de dólar por dia de trabalho, disse que "era preciso pagar no mínimo US$ 5, pois os brasileiros não devem trabalhar como escravos". A imprensa amazonense, na época, ao saber do interesse de Ford em construir o vilarejo, encheu-se de entusiasmo


Ford ainda tentou realocar as plantações na cidade de Belterra, mais ao norte do Pará, onde as condições para a seringueira eram melhores. Mas, a partir de 1945 (quando as terras da Fordlândia foram vendidas ao governo brasileiro), novas tecnologias permitiam fabricar pneus por meio de derivados de petróleo, o que tornou o empreendimento um total desastre, causando prejuízos de mais de 20 milhões de dólares


Livro escrito pelo professor de História da Universidade de Nova York (EUA) Gregg Grandin relata a construção e o declínio de Fordlândia, nos anos 20; há, ainda, fatos muito interessantes, como o início do fordismo, da construção da fábrica de Highland Park, em Michigan, das ideias de fundação de um cartel americano da borracha como meio de combater o monopólio do produto estabelecido pelos países do sudeste asiático; a obra concorreu, em 2010, ao Prêmio Pulitzer, na categoria de obras históricas, nos Estados Unidos

 



Veja algumas fotos históricas da Fordlândia (retiradas de reportagens na internet sobre o vilarejo; fotógrafo Daniel Carneiro, da Revista "Exame")

Um dos galpões industriais da Fordlândia

O hidrante, típico de cidade americana, era visto por todas as ruas do vilarejo

Uma carteira de trabalho e placas de identificação dos funcionários da cidade da Companhia Ford Industrial do Brasil

Por volta de 1928, a seleção dos candidatos a trabalhar nos seringais do vilarejo
 



O tempo é cruel com o que sobrou das máquinas dos anos 20 nos galpões

Um dos relógios que marcavam o começo e o fim da jornada de trabalho dos habitantes da Fordlândia, submetidos a um rígido controle laboral

A Vila Americana, reservada aos estrangeiros, era o bairro nobre da Fordlândia

Mapa de localização da Fordlândia. O trecho destacado no mapa refere-se a uma viagem feita por um funcionário da Ford, em agosto de 2003 (ano do centenário da companhia), a bordo de um Ford Ecosport que percorreu 3.500 km de Camaçari (BA) ao vilarejo no Pará




Informações Retiradas do site: www.miniford.com.br
Lenne Sousa