sexta-feira, 22 de junho de 2012

Governo de Magalhães Barata no Pará (1930-1950)


Joaquim de Magalhães Cardoso Barata foi um dos maiores líderes políticos do Pará no século XX. Isto pode ser compreendido pelo seu governo nitidamente populista, que desenvolveu desde sua primeira interventoria, de novembro de 1930 a abril de 1934. O seu governo foi bem peculiar, pois até então todos os governantes do Pará eram claramente elitistas, encontravam seu apoio no topo da pirâmide social paraense e não misturavam suas políticas com o povo.

Vindo de uma revolução, Magalhães Barata, já bastante conhecido por sua participação nos movimentos tenentistas dos anos de 1920, revolucionou na chefia do Executivo estadual. De fato, o fez sem motivações demagógicas, pois, era previsto, tão cedo não haveriam eleições, vivendo o país em uma atmosfera de exceção. Sem se preocupar em agredir e prejudicar a elite, Barata assumiu a Interventoria disposto a renovar os costumes políticos e os modelos administrativos até então em voga. Em primeiro lugar, tomou uma decisão radical: abriu os portões do Palácio do Governo para o povo; e os humildes moradores dos subúrbios de Belém pela primeira vez tiveram a oportunidade de subir as escadarias do Palácio, para as famosas e pioneiras “audiências públicas”. Nelas, Barata exercia múltiplos papeis: era governador, prefeito, juiz, promotor, advogado, etc. Pacientemente ouvia as queixas ou pedidos e buscava resolvê-los.



Magalhães Barata.



Muitas das medidas que adotou alicerçaram o seu prestigio e poder no seio do povo paraense:

  • Criação da Assistência Judiciária, que permitia, para o povo humilde, de graça, defesa na justiça, e que serviu de modelo para outros Estados no país.
  • A desapropriação de grande área nos subúrbios de Belém para distribuição gratuita.
  • O decreto congelando os aluguéis residenciais.
  • A desapropriação de imensos castanhais na Zona do Tocantins, com títulos de terra dados para os antigos posseiros, promovendo a primeira reforma agrária no Brasil.
  • O aumento de 50% no imposto estadual para as empresas que não tivessem, pelo menos, dois terços de brasileiros entre os seus empregados.
  • A questão da Corda da Berlinda, no Círio de Nazaré, abolida desde 1926 pelo arcebispo D Irineu Joffly. No Círio de 1931, a tradição voltou.

Se Barata conseguia, com sua política populista a admiração do povo dos subúrbios, conseguiu de igual modo a idolatria do caboclo do interior. Devido à política elitista da República Velha, da “ditadura dos gabinetes”, um governador raramente ia ao interior do Estado. Foi Magalhães Barata quem instituiu, pela primeira vez, o chamado governo itinerante: percorreu, com sua equipe de trabalho, todo o Pará. Não houve uma cidade, uma vila que não tivesse recebido a visita do interventor levando médicos, dentistas, enfermeiros e grande carga de medicamentos.

Magalhães Barata.


Contudo, muitos fatores colaboraram para que a chamada elite se transformasse em ferrenha inimiga de Barata e, em decorrência disto, Belém se transformara no reduto desse antagonismo. Paulo Maranhão, o maior panfletário da imprensa paraense, centralizou a campanha adversária a Magalhães Barata, logo que a imprensa recuperou a sua liberdade de opinião. A elite conseguiu empolgar grande parte da população de Belém com sua campanha antibaratista:

Uma oposição frutífera, que ganhou maior número de adeptos nos grandes centros urbanos, nas capitais, onde existia imprensa, escolas, grau superior de politização. Muitas camadas da sociedade paraense não receberam bem a Revolução de 1930. Na realidade, a Revolução no Pará fora feita por poucos militares e um número limitado de civis. O rigor do fisco contra os grandes comerciantes, provocou muitos conflitos com as classes conservadoras. A violência que, em muitos momentos, dominou o ambiente; bem compreensível quando se vive em um regime de exceção. O desejo de redemocratização, de reconstitucionalização que havia em toda a nação.



A forte oposição da Frente Única Paraense
Em decorrência da revolta constitucionalista de São Paulo, em 1932, com reflexos em Belém e em Óbidos, o presidente Getúlio Vargas abriu mais a política nacional, convocando a constituinte em 1933. O situacionismo regional formou o Partido Liberal, com uma perfeita divisão de poderes: Barata era o único chefe da máquina administrativa do Estado; e Abel Chermont, escolhido presidente do partido, ficava com a chefia política. No pleito de 3 de maio, a oposição não teve muitas chances. Numa campanha sem muita violência, os baratistas-abelistas elegeram todos os deputados federais constituintes: Mário Chermont, Moura Carvalho, padre Leandro Pinheiro, Rodrigues Veiga Cabral, Clemente Lisboa e Joaquim Pimenta Magalhães.

Os oposicionistas congregaram-se em um partido ao qual denominaram Frente Única Paraense, que tinha na presidência o advogado Samuel MacDowell, um dos nomes mais respeitáveis do Pará. Toda campanha eleitoral girou em trono do próximo governador, que seria escolhido pelos novos deputados. O partido que obtivesse maioria faria o novo chefe do Estado. O Partido Liberal indicara o nome de Magalhães Barata; a Frente Única fora buscar em Lauro Sodré o nome legendário que precisava para enfrentar a máquina eleitoral montada pelo Liberal.

Em 11 de outubro de 1934 Lauro Sodré, já com 77 anos, chegou em Belém para a campanha da Frente Única. Travado o pleito, os liberais elegeram sete dos nove deputados federais e 21 dos 30 deputados estaduais. Tudo parecia consumado, e a eleição de Barata tranqüila. No entanto, às vésperas da instalação da Constituinte, a famosa dissidência do Partido Liberal. Sete deputados romperam com Barata, garantindo para a Frente Única uma maioria na qual jamais sonhara. Na madrugada de 4 de abril de 1935, dia da eleição indireta do governador, os Chermont, mais Abelardo Conduru e os deputados frenteunistas (Samuel, MacDowell, Aldebaro Klautau, JOÃO Botelho, J.J. Aben-Athar, Antonino Emiliano de Souza Castro, José Dias Júnior, Antonino Melo, Antônio Magno da Silva e Borges Leal) se homiziaram no quartel-general do Exército, em companhia dos sete deputados dissidentes do Liberal: Ernestino Souza Filho, Franco Mártires, João Sá, Djalma Machado, Alberto Barreiros, Reis e Silva e Raimundo Magno Camarão.

O candidato para o governo dessa nova maioria seria Mário Chermont. Quando a notícia se espalhou, a cidade de Belém ficou em pé de guerra. Os deputados do Liberal que ficaram fiéis a Barata (Octávio Meira, Bianor Penalber, Aníbal Duarte, Arnaldo Augusto da Mata, Sinval Coutinho, Pedro Nunes Rodrigues, Octávio Oliva, Ápio Medrado, Eurico Romariz, Aláudio Pauxis e Tomaz Carvalho) foram à Assembléia Legislativa. Ápio Medrado, eleito presidente na véspera, convocou três suplentes para dar o quorum necessário. A sessão foi realizada, sendo Barata eleito governador e Fenelon Perdigão e Ápio Medrado eleitos para o Senado. Na mesma ocasião Barata tomou posse.

Entretanto, no dia seguinte os deputados homiziados no QG, devidamente munidos de um habeas-corpus e com o desembargador Dantas Cavalcanti à frente, dirigiram-se para a Assembléia, para elegerem o governador e os senadores. Saíram do quartel, localizado na Praça da Bandeira; porém não atingiram o prédio da Prefeitura, onde funcionava a Assembléia: houve tiroteio, com mortos e feridos. A repercussão nacional foi significativa. O presidente Vargas nomeou o major Carneiro de Mendonça para interventor do Pará, com a missão de encontrar uma saída para o grave impasse. O novo governador não poderia ser nem Magalhães Barata nem Mário Chermont. E, de comum acordo, a escolha recaiu sobre José Carneiro da Gama Malcher, que fora intendente de Belém no início da Revolução e que fora, por outro lado, um dos fundadores do Partido Liberal. Os senadores eleitos (28 de abril de 1935): Abel Chermont (oito anos) e Abelardo Conduru (quatro anos).

Não houve uma contra-ofensiva para desfazer a imagem de vítima de uma traição que pairou sobre Barata. Malcher governou de 1935 a 1943, durante quase oito anos; de governador e interventor, com a decretação do Estado Novo. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), com força política e policial, poderia ter desmontado a máquina publicitária criada para conservar a imagem de Barata. Mas o governo de Malcher, nascido de uma coligação provisória para derrubar um adversário comum, em termos políticos foi caótico. Barata caíra do poder: a Frente Única atingia o seu objetivo.

O retorno de Magalhães Barata
Em fevereiro de 1943 Barata voltou ao poder no Pará. Com a queda do Estado Novo e a conseqüente redemocratização do país, Barata filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), com diretórios em todo o interior, já que todos os prefeitos tinham sido por ele denominados. Os velhos frenteunistas dividiram-se em vários partidos. Na primeira eleição efetuada em dezembro de 1945, para a Constituinte Federal, havia duas vagas para o Senado: Barata elegeu-se a si próprio e a Álvaro Adolpho e fez sete dos dez deputados.

Para as eleições de 1950, os oposicionistas resolveram deixar de lado as arestas ou questões pessoais e uniram-se, para enfrentar o adversário comum. E a Coligação Democrática Paraense voltou a indicar o nome de Assumpção. O PSD marchou com o próprio Barata. A 30 de janeiro de 1951 realizaram-se as eleições suplementares. O resultado final da apuração deu vitória ao candidato coligado. Os remanescentes do frenteunismo, pela segunda vez, derrubaram Barata e assumiram o poder.

A posse de Assumpção fora apoteótica. Houver quem considerasse Barata liquidado. Mas não demorou muito para que os conflitos entre os membros da Coligação minasse suas próprias bases, dando nova esperança ao baratismo. No pleito para a renovação do Senado, em 1954, a divisão evidenciou-se outra vez: os coligados disputaram a vaga de senador com dois candidatos: Paulo Maranhão e Epílogo de Campos. Resultado: Barata se reelegeu. No pleito governamental de 1955 a Coligação marcou com um candidato único, Epílogo de Campos, indicado pela União Democrática Nacional (UDN), para enfrentar Magalhães Barata. E, Magalhães Barata, pela terceira vez – e pela primeira eleito pelo povo – tomou posse no governo do Pará.
Sabendo que seria a última vez que chefiaria o Estado (tinha quase 70 anos), Barat desejou executar uma política de conciliação, atraindo para o seu lado, antigos adversários que com ele poderiam colaborar. Não chegou a governar três anos. Morreu a 29 de maio de 1959, vitima de leucemia, não sem antes conseguir a eleição, pela Assembléia, do seu substituto, o então deputado Moura Carvalho, que pela segunda vez voltou a governar o Pará. Barata morreu como governador, 29 anos depois de ter surgido na política. Sem ter realizado arrojadas obras administrativas (ao contrário de Augusto Montenegro e de Antônio Lemos), com quedas e soerguimentos, Magalhães Barata dominou a política paraense durante quase 30 anos, porque soube ser líder. E, à sua sombra, até 1964, o seu partido manteve-se no poder, sob liderança de Moura Carvalho. 
Prof. Leonardo Castro

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Porque fundar um instituto histórico no oeste paraense?

Porque fundar um instituto histórico no oeste paraense? Padre Sidney Canto

          Recentemente estive participando do V Colóquio dos Institutos 
Históricos do Brasil. Tive a grata oportunidade de conhecer pessoas dos diversos Estados da Federação, que lutam (algumas vezes numa verdadeira luta colossal de um Davi contra Golias) para preservar a memória histórica do Brasil, dos Estados e de alguns Municípios.
          Uma das Oficinas foi coordenada pelo professor Arno Wehling, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil – IHGB; e tratou de um tema já proposto desde o primeiro Colóquio Nacional, que é a criação e implantação de Institutos Históricos Municipais ou Regionais, entidades estas que teriam como objetivo, “a pesquisa, coleta de dados e informações, a reflexão e a discussão de temas considerados relevantes e a publicação de trabalhos, quer como contribuição científica, quer como divulgação cultural”.
          Além disso, continuando o que nos diz o presidente do IHGB, tal entidade “poderia se constituir em contribuição relevante para a constituição de acervos que recolhessem traços da memória local (ou regional), como objetos reunidos em coleções particulares, que freqüentemente se perdem quando desaparecem seus proprietários”. Ou seja, a partir da pesquisa de uma memória local, arquivada na história das famílias das diversas cidades brasileiras, manter viva a preservação dos valores da sociedade como um todo.
           A partir do debate em torno do tema, fixou-se melhor a idéia de fundar um congênere do IHGB em Santarém, abrangendo também toda a região Oeste do Pará, mais especificamente: Altamira, Porto de Moz, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio, Brasil Novo, Uruará, Placas, Medicilândia, Trairão, Novo Progresso, Jacareacanga, Itaituba, Rurópolis, Aveiro, Belterra, Mojuí dos Campos, Juruti, Terra Santa, Faro, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Prainha, Monte Alegre, Almeirim e Santarém.
           Uma região rica não somente em História (que vêm desde o século XVII), mas com temas sociais e geográficos de interesse recente, de nível nacional e até mesmo internacional, como a conservação (e em seu oposto a exploração) da Floresta Amazônica, os grandes projetos de mineração e de construções de hidroelétricas, a zona da expansão da soja, os povos indígenas, e tantos outros que carecem ainda de um acompanhamento documental e de pesquisa.
Além disso, ao vermos que, constantemente, nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental vem sendo ameaçado, seja pelo furto descarado de peças e obras de arte, seja pela falta de incentivo do poder público e seja ainda pelo fato de “desconhecimento” de seu valor pela própria população ou ainda por projetos que simplesmente destroem as coisas existentes em nome de um progresso que interessa a um número restrito de pessoas.
Tais fatos são agravados ainda por problemas como a ineficiência (seja por parte do governo federal ou estadual) de dispor de órgãos e pessoas que fiscalizem o interior do Estado do Pará. Muitos deles concentrando esforços na zona metropolitana de Belém e arredores e justificando a ausência pelas “enormes distâncias, falta de recursos financeiros e humanos”.
            A proposta de fundar um Instituto Histórico e Geográfico no Oeste Paraense procura somar forças com outras instituições, como o próprio Instituto Histórico do Pará, as Universidades, as Academias de Letras municipais, as prefeituras e órgãos públicos na defesa do patrimônio histórico, geográfico, cultural e na defesa do meio ambiente. Esperamos que esta proposta possa encontrar um campo fértil entre os nossos intelectuais acadêmicos e autodidatas e possa produzir breves frutos para o futuro da nossa Região.

* Padre Sidney Canto

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Revitalização da Vila de Fordlândia


A comunidade de Fordlândia pode se considerar uma das comunidades que mais se desenvolvem na região do Tapajós; desde o ciclo da borracha não se via tanto investimento de uma vez só na comunidade.
















POR ESTADO DO TAPAJÓS

"TERRA DE NINGUÉM"


Dizemos "terra de ninguém"quando queremos expressar sentimentos de "pouco caso"com algo,desrespeito,abandono,,inconformismo,desdém,enfim,quando Ninguém se interessa ou quase ninguém, ou pouco de atenção ou benefícios se consegue para as pessoas de uma região.Sendo assim,as 27 cidades do futuro Estado do Tapajós,se enquadram hoje,nesta situação:
 
NINGUÉM,em Belém e redondezas,
 
1).conhece nossas necessidades e mazelas.
2).sabe onde fica Novo Progresso,Jacaréacanca,Moraes Almeida,Crepurizão,Trairão,Caracol,etc.
3.)sabe que não temos água encanada em 95% das casas.
4).sabe que não temos rede de esgoto.
5).sabe que só temos um Hospital Geral em Santarém e que não funciona totalmente.
6).sabe que não temos um palmo de asfalto feito pelo Estado do Pará.
7).sabe que temos apenas um equipamento p/Hemodiálise(Limpeza do sangue).
8).sabe que temos um carro de polícia para cada 5.000 habitantes,em média.
9).sabe que temos um médico pago pelo Estado do Pará para cada 50.000 habitantes.
10).sabe que não temos Escolas Técnicas do SENAI,SESI em 26 das 27 cidades do no novo Estado do Tapajós.

Acrescente mais,participe,divulgue.
 
Vamos vencer,em Belém tem 30%de pessoas que são daqui e do Sul do Pará que foram prá lá para estudar ou trabalhar.
 
O pessoal de Marajó e do Nordeste do Estado é simpático à separação, pois também é abandonado pelo Governo.
 
E ainda tem as pessoas que sabem que será melhor ainda para eles se livrarem-se de nós!
 
Não espere alguém lhe convidar, fale com as pessoas,ensine-lhes a votar no SIM 77, duas vezes, uma para o Carajás e outra para o Tapajós.

Wagner Arouca

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Estádio Olímpico do Pará, o popular Mangueirão, receberá o amistoso Brasil e Argentina no final de setembro

      O governador Simão Jatene anunciou, na tarde desta quarta-feira (3), que o Pará receberá o jogo amistoso entre Brasil e Argentina no próximo dia 28 de setembro, como prévia dos jogos da Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil. A partida será no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, que vai passar por uma reforma completa, em 30 dias, para estar apto a receber duas das principais seleções de futebol do mundo. O anúncio foi feito durante a vistoria que o governador fez ao estádio, acompanhado de uma equipe de secretários de Estado.
       “Este ato da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mostra que, com a articulação certa, o Pará poderia, sim, estar entre as cidades-sede da Copa de 2014. Além disso, fica comprovado que o Estado está pronto para receber grandes eventos esportivos internacionais”, reiterou Simão Jatene. “A confirmação de que este jogo vem para cá enche os paraenses de orgulho, porque, afinal, não é qualquer lugar que recebe esse tipo de clássico do futebol internacional”, acrescentou.
             A visita foi acompanhada pelos secretários especiais de Infraestrutura e Logística para o Desenvolvimento Sustentável, Sérgio Leão, e de Promoção Social, Nilson Pinto; e os secretários de Obras Públicas, Joaquim Passarinho; de Esporte e Lazer, Marcos Eiró, e de Comunicação, Ney Messias Jr. Acompanharam ainda o governador o senador Flexa Ribeiro e o presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes.
                     As duas seleções se enfrentarão na Argentina em 14 de setembro. Os detalhes sobre o jogo no Mangueirão – como local de venda e valores de ingressos, e esquema de trânsito – serão divulgados posteriormente.
Articulação – As negociações para trazer o amistoso para o Pará começaram em maio deste ano, com a visita do governador a Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Defensor da inclusão da capital paraense entre as sedes dos eventos preparatórios à Copa de 2014, Simão Jatene acredita que “colocar Belém no eixo dos jogos preparativos é uma tentativa de amenizar o prejuízo do Pará, que não está entre as cidades escolhidas para ser sede do Mundial”.
Para o secretário Marcos Eiró, o amistoso “será uma grande oportunidade de mostrar ao mundo inteiro que a capital paraense tem competência de ser sede de uma partida de futebol de alto nível".
Quem também defendeu a inclusão de Belém entre as cidades preparatórias da Copa foi o senador Flexa Ribeiro, que acompanhou o governador na visita à CBF. “Perdemos a Copa, mas estamos resgatando a importância do futebol para o paraense”, afirmou.
Mundial – Programada para acontecer em 12 cidades brasileiras em 2014, a Copa do Mundo virá ao país pela segunda vez desde a sua criação, em 1930. Na Região Norte, apenas Manaus, capital do Amazonas, está entre as cidades escolhidas para sediar jogos da competição. Belém recebeu a Seleção Brasileira pela última vez em outubro de 2005, nas eliminatórias da Copa de 2006. O jogo Brasil e Venezuela teve gols de Adriano, Ronaldo e Roberto, com placar de 3 a 0.
                 Além de ser um evento que congrega milhares de torcedores, movidos por uma verdadeira paixão nacional, a Copa do Mundo também impulsiona os governos a vencer o desafio de recebê-la, pois entre os rigorosos critérios da Federação Internacional de Futebol (Fifa) estão melhorias nas cidades nas áreas de saneamento, transporte, saúde, segurança, educação e cultura, entre outros segmentos.
Sediar uma Copa do Mundo também representa para o país a oportunidade de ampliar sua capacidade estrutural, econômica e de modernização, tendo em vista o aumento de sua capacidade de captação dos investimentos, que ficarão como benefício direto para a população após o término da competição.

Lenne Sousa
Fonte: Politica com Pimenta Malagueta

terça-feira, 19 de julho de 2011

FESTIVAL DE BARREIRAS - PIAU X ARACU

O festival de Barreiras foi um sucesso, o povo de Itaituba se fez presente e encheram as ruas daquela comunidade, na noite de sábado durante a apresentação dos peixes as arquibancadas estava lotadas, o corpo de bombeiros que estava presente anunciou que as arquibancadas não suportavam mais e recomendou o fechamento dos portões. Enquanto isso o pessoal que representavam o piau, o aracu, enfim o peixe dono da festa, dava o show com uma belíssima apresentação até que o majestoso peixe desse o ar da graça para a galera da arquibancada ir à loucura.
O blog parabeniza o pessoal da Organização que foi 10 em tudo, alguns contratempos, mas faz parte, o importante é o todo e o que se via falar por todos  era que estava ótimo.

Charme e energia da cuiaporanga do Aracu


Piau e sua bela guardiã




Zé Filho que foi responsável pela estrutura elétrica, também participou do corpo de jurados.
Pajé em transe,no ritual das tribos

Lenda do Açai foi contada pelo Aracu

Peixe Aracu em sua performance no peixódromo

Porta estandarte do Piau

Feiticeiro

Deputado Hilton Aguiar e sua equipe compõe a mesa


Não havendo, portanto  possibilidade de prejuízos. Entre as pessoas designadas para o júri estava o eletricista Zé Filho, que considerou muito criativo o enredo, os temas e as coreografias montadas pelos dois peixes.
Com mérito o vencedor  foi o Aracu que trouxe o tema lenda do Açaí, o misticismo caboclo do Pajé entre outros temas folclóricos amazônicos. 

O prefeito Valmir Clímaco foi  representado pela Diretora administrativa da Semdas   Luzimar Santos. O deputado estadual Hilton Aguiar se fez presente com sua comitiva durante toda festa de sabado.

DECK MELO
LENNE SOUSA

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A FORDLÂNDIA

A Fordlândia



Em 1928, Henry Ford, involuntariamente, tornou-se o precursor dos projetos megalomaníacos de ocupação da Amazônia. A ideia do gênio da indústria automobilística soa hoje como uma verdadeira extravagância. Consistia na construção de uma fábrica de borracha natural no interior do Pará para fugir do monopólio do produto imposto pelos ingleses naqueles tempos.


Para viabilizar o plano, o empresário despachou de Detroit dois navios que aportaram às margens do rio Tapajós carregando os materiais para erguer não só a indústria mas também uma cidade inteira, com vilas ao estilo americano, escolas e hospital. A força de trabalho misturava executivos americanos, caboclos e aventureiros vindos de todas as partes do país e do mundo. "Todos são admitidos nas fábricas, exceto os dementes e os loucos", registrou na época o jornal O País, do Rio de Janeiro.


A Fordlândia localizava-se no município de Itaituba, perto da cidade de Santarém (noroeste do Pará); o vilarejo acabou se revelando um fiasco completo. Um fungo praticamente dizimou a plantação de 1,5 milhão de seringueiras e o choque cultural entre os americanos e o povo local transformou num inferno a rotina de trabalho. Num dos episódios mais tensos, que ficou depois conhecido como "A revolta das panelas", os caboclos depredaram o refeitório, pois sua dieta de peixe e farinha havia sido substituída por espinafre e outros produtos estranhos à sua cultura culinária. Em razão de tantos problemas, a direção da fábrica resolveu deslocar as atividades para Belterra, cidade mais próxima do rio Tapajós. A iniciativa também fracassou. Em 1945, derrotado, Ford fechou as portas de sua filial amazônica, levando consigo um prejuízo de mais de 100 milhões de dólares, em valores atualizados. O empresário vendeu as terras para o governo brasileiro por 250 mil dólares.
Por Sérgio Ruiz Luz (jornalista)


Aqui vê-se a Vila Americana, destinada aos estrangeiros e diretores da Ford que trabalhavam no vilarejo; também são vistos a enorme caixa d'água que abastecia todo o distrito, dois galpões industriais, postes de energia elétrica e carros circulando pelas ruas de terra batida


A Fordlândia possuía cerca de 1,5 milhões de hectares; o vilarejo, atualmente, pertence ao município de Aveiro, no oeste do Pará; em primeiro plano, a caixa d'água, que tinha 45 metros de altura e capacidade de 600 mil litros


O vilarejo era dotado de toda a infraestrutura das cidades americanas - possuía hidrantes a cada dois quarteirões, campo de golfe, cinema, barbearia, hospital, mercearia, refeitório, igreja, praça, padaria


Quanto à moradia, existiam três padrões: o da vila americana para os administradores (visto nesta réplica), o da vila mensalista para os operários mais graduados e o da vila operária para os operários de campo. Todas as casas eram de madeira e de excelente qualidade; a maioria possuía janela com tela que impedia a entrada de mosquitos


Miniaturas de dois galpões onde era estocada a borracha que era exportada para Michigan, a fim de suprir o estoque da fábrica central; nas ruas de terra da Fordlândia circulavam Fords Modelo T, A e esta réplica de 2 cm do Ford Coupe 1934; réplicas dos prédios da serraria (e) e usina de força (d)


Ford era visto pela elite industrial brasileira como o "Moisés do século XX", como se referiu a ele um importante industrial paulistano. Monteiro Lobato, que traduzira a sua biografia para o português, via nele o "Jesus Cristo da indústria", cuja vida era "o evangelho messiânico do futuro". Não se pode negar o mérito do homem que, ao saber que um seringueiro ganhava 50 centavos de dólar por dia de trabalho, disse que "era preciso pagar no mínimo US$ 5, pois os brasileiros não devem trabalhar como escravos". A imprensa amazonense, na época, ao saber do interesse de Ford em construir o vilarejo, encheu-se de entusiasmo


Ford ainda tentou realocar as plantações na cidade de Belterra, mais ao norte do Pará, onde as condições para a seringueira eram melhores. Mas, a partir de 1945 (quando as terras da Fordlândia foram vendidas ao governo brasileiro), novas tecnologias permitiam fabricar pneus por meio de derivados de petróleo, o que tornou o empreendimento um total desastre, causando prejuízos de mais de 20 milhões de dólares


Livro escrito pelo professor de História da Universidade de Nova York (EUA) Gregg Grandin relata a construção e o declínio de Fordlândia, nos anos 20; há, ainda, fatos muito interessantes, como o início do fordismo, da construção da fábrica de Highland Park, em Michigan, das ideias de fundação de um cartel americano da borracha como meio de combater o monopólio do produto estabelecido pelos países do sudeste asiático; a obra concorreu, em 2010, ao Prêmio Pulitzer, na categoria de obras históricas, nos Estados Unidos

 



Veja algumas fotos históricas da Fordlândia (retiradas de reportagens na internet sobre o vilarejo; fotógrafo Daniel Carneiro, da Revista "Exame")

Um dos galpões industriais da Fordlândia

O hidrante, típico de cidade americana, era visto por todas as ruas do vilarejo

Uma carteira de trabalho e placas de identificação dos funcionários da cidade da Companhia Ford Industrial do Brasil

Por volta de 1928, a seleção dos candidatos a trabalhar nos seringais do vilarejo
 



O tempo é cruel com o que sobrou das máquinas dos anos 20 nos galpões

Um dos relógios que marcavam o começo e o fim da jornada de trabalho dos habitantes da Fordlândia, submetidos a um rígido controle laboral

A Vila Americana, reservada aos estrangeiros, era o bairro nobre da Fordlândia

Mapa de localização da Fordlândia. O trecho destacado no mapa refere-se a uma viagem feita por um funcionário da Ford, em agosto de 2003 (ano do centenário da companhia), a bordo de um Ford Ecosport que percorreu 3.500 km de Camaçari (BA) ao vilarejo no Pará




Informações Retiradas do site: www.miniford.com.br
Lenne Sousa